quinta-feira, 7 de julho de 2011


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MANDELA E A FORÇA DE "INVICTUS"



         Nelson Rolihlahla Mandela, ou Nelson Mandela, ou Mandiba, Prêmio Lenin da Paz, em 1990 (recebido em 2000) e Prêmio Nobel da Paz em 1993, foi um ativista da luta contra o regime de segregação racial na Africa do Sul, o apartheid. Considerado um terrorista pelo governo, mas um lutador pela causa do povo negro do seu país, Mandela foi preso e sentenciado em 2 de junho de 1967 à prisão perpétua, depois de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planejar ações armadas, em particular sabotagem e conspiração para ajudar outros países a invadirem a África do Sul. Mandela ficou preso durante 27 anos, 18 dos quais em Robben Island, uma prisão hoje desativada.
         Durante esse período, em que não faltaram manifestações de apoio e pedidos para a sua libertação vindas de todo o mundo, Mandiba apegou-se como a uma oração a um poema: “Invictus”, de William E Henley, que foi o sustentáculo da sua resistencia nos negros anos de cárcere. O poema cedeu o título ao filme “Invictus” (Em cartaz na TV, nos canais fechados), dirigido por Clint Eastwood, com Morgan Freeman interpretando Mandela. E que tem ainda Matt Damon no elenco. Se há alguma dúvida de que a poesia pode provocar mudanças e inspirar os ideais de grandes homens e mulheres, leia os versos abaixo e entenda a força que Mandiba soube tirar destes versos, para suportar o sofrimento nos longos anos de prisão.


INVICTUS

William E Henley
Tradução: André C S Masini

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

* * * * *

Leiam tambem: NOVO FILME DE CLINT EASTWOOD TRAZ MORGAN FREEMAN NO PAPEL DE MANDELA, minha resenha sobre o filme Invictus.

sexta-feira, 3 de junho de 2011


Euripedes - O baiano - Foto google



O PENSAMENTO DE EURÍPEDES - O BAIANO



        Buscamos tanto, sem saber o quê. E depois de tantas buscas, que falta de sorte! A busca termina com a morte!

* * * *

        Ninguém é insignificante quando é amado ou possui capacidade de amar. O amor, em qualquer das suas formas e nuances, nos engrandece, nos enobrece, e nos aproxima de Deus!

* * * *

        Ousar chegar as nuvens! Há quem se contente em ter os pés fincados no chão, ignorando os caminhos que se abrem à sua frente e suas mil possibilidades. Ousar! Para que no futuro não se carregue o peso da frustração de não ter ousado!

* * * *

        Quase me esqueci de mim! Tão atordoado estava no momento que quase esqueci que era tu, o alvo do esquecimento!

* * * *

        Como filhos diletos que somos de Deus, afastar-nos Dele é sempre um gesto de ingratidão e de rebeldia. Mas, como na parábola do filho pródigo, há sempre festa, quando nos damos conta desse afastamento e retornamos ao seio paterno. E há felicidade e regozijo, quando novamente nos colocamos sob Sua proteção!

* * * *

        Há tanto, nas nossas profundezas labirínticas! Talvez a calma, das aguas tranquilas que repousam sob aguas revoltas; talvez a turbulência que assusta. Só teremos respostas se ousarmos o mergulho!

* * * *

        Não fomos feitos para despedidas. Elas são sempre uma agressão à nossa fragil estrutura. Ninguém merece isso!

* * * *

        Metade de mim é amor. A outra metade, dor de amor. Uma dor tão grande e verdadeira, que não parece metade, parece inteira!

* * * *

        Jamais apreciaremos arte tão sublime, quanto aquela que pintamos com as cores da nossa infancia e adolescência. E que nos serve de referência por toda a vida.

* * * *

        Dependendo do ponto de vista e das crenças pessoais, a vida pode ser um recreio ou um estágio. Na dúvida, vivamos intensamente as coisas da matéria. E plenamente as coisas do espírito.

* * * *

          Tempos bons, esses que deixam saudades. Mas porque esses tempos viraram saudade? Nem mesmo o coração sabe a resposta. Porque será que alguem se afasta de quem gosta?

* * * *

         Que possamos fazer desse tempo, que nos é dado por empréstimo e sem hora para ser resgatado, uma ponte para alcançarmos a sabedoria e o que dela advém. Somente assim ele não terá sido perdido, aos olhos Daquele que nos permitiu usufrui-lo.

sábado, 28 de maio de 2011


Euripedes - Imagem google

O PENSAMENTO DE EURÍPEDES – O GREGO


"O tempo não se ocupa em realizar as nossas esperanças: faz o seu trabalho e voa."

* * *

"O homem poderoso que junta a eloquência à audácia torna-se num cidadão perigoso quando lhe falta bom senso."

* * *

"Fala se tens palavras mais fortes do que o silêncio, ou então guarda silêncio."

* * *

"Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bem senso"

* * *
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"O tempo dirá tudo à posteridade. É um falador. Fala mesmo quando nada se pergunta."

* * *

"O que é a abundância ? Um nome, nada mais; ao sensato basta o necessário."

* * *

"As palavras da verdade são simples."

* * *

"Sede felizes; os amigos desaparecem quando somos infelizes."

* * *

"A sorte combate sempre do lado do prudente."

* * *

"Há uma espécie de pobreza espiritual na riqueza que a torna semelhante à mais negra miséria."

* * *

"Eis o melhor conselho para um homem razoável: não acredites numa mulher, ainda que ela esteja a dizer a verdade."

* * *

"O sofrimento é a lei de ferro da Natureza."

* * * * * *

NOTA: Eurípedes - 485 a.C. - Foi o último dos três grandes autores trágicos da Atenas clássica (os outros dois foram Ésquilo e Sófocles). Especialistas estimam que Eurípedes tenha escrito 95 peças, embora quatro delas provavelmente tenham sido escritas por Crítias. Ele foi autor do maior número de peças trágicas da Grécia que chegaram até nós: dezoito no total (de Ésquilo e Sófocles sobreviveram, de cada um, sete peças completas). Hoje, é amplamente aceito que Rhesus, tida como a décima nona peça completa, possivelmente não seja de Eurípedes. Fragmentos, alguns substanciais, da maioria das outras peças também sobreviveram.
Pouco se sabe de sua vida, mas parece ter sido austero e pouco sociável. Apaixonado pelo debate de idéias, suas investigações e estudos lhe trouxeram mais alfições do que certezas. Alguns críticos o chamaram de "filósofo de teatro", mas não há certeza se Eurípedes, de fato, pertenceu a alguma escola filosófica. Contudo, parece inegável a influência do filósofo Anaxágoras de Clazômenas e também do movimento sofístico.
Para Eurípedes, os mitos (elementos vitais da tragédia) eram apenas coleções de histórias cuja função era perpetuar crenças sobre concepções primitivas. Por tal motivo, opta por relatar em suas tragédias a história dos negados e/ou vencidos, podendo citar como exemplo a obra As Troianas, em que o autor relata a história das mulheres da cidade de Tróia (lembrando que na época as mulheres não eram consideradas como membros da sociedade). Nisso se diferencia tanto de seus predecesores quanto rompe com características importantes aos gregos. Esse rompimento talvez lhe tenha impedido de construir peças harmônicas e perfeitas no seu conjunto, já que os mitos cumpriam muito bem esse papel de fundo. Mesmo assim, compôs cenas memoráveis e agudas análises psicológicas.
As tragédias completas que chegaram até nós são: Medéia, Hipólito, Hécuba, Andrômaca, Alceste, As Bacantes, Héracles, A Heracléade, As Suplicantes, As Mulheres de Tróia, Electra, Ifigênia em Áulida, Helena, Íon, Orestes, Ifigênia em Táurida, As Fenícias e O Ciclope.

* * * * *


Fonte: Vikipédia



Euripedes Barbosa Ribeiro
Publicado no Recanto das Letras em 28/05/2011
Código do texto: T2999428

quinta-feira, 26 de maio de 2011


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DISFARCES



Escolho em frente ao espelho
O meu disfarce para o dia
Experimento um de cinismo
Outro de hipocrisia
E um de deboche em tom vermelho
O de dissimulação me cai bem
Perfeito
Como não fica em ninguém!

Mas ainda não é a ocasião
Talvez fique bem melhor esta máscara
De manipulação
Ainda não
Entre os meus disfarces
Mais de mil
Experimento o de gentil
Este que às vezes confundo
Com o de ingênuo
Ou de imbecil!

Acho que vou de vitima
Ou de bonzinho
Estes que combinam bem
Com o de coitadinho
Talvez, quem sabe o de idiota
Ou de alienado
Que uso quando quero
Ser usado
Ou um mais um pouco agressivo
De safado!

Quanta indecisão
Para escolher um disfarce
Para a ocasião
E eu que me vejo em tantos
De pecadores e de santos
Decido enfim
Hoje eu vou sair disfarçado
De mim!

quinta-feira, 19 de maio de 2011


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ATENÇÃO ESTUDANTES - MUDANÇA NO ENEM


          Por determinação do MEC (Ministério do Ensino do Caipirês) antigo Ministério da Inducação, com base nas novas diretrizes introduzidas a partir da adoção do livro Por uma vida melhor, da prefessôra e dotôra Heloisa Ramos, o antigo ENEM (Exame Nacional do Ensino Medio) passará a se chamar INIM (Inzame Nacional do Insinu Medíocre). As provas serão realizadas nos dias 22 e 23 de outubro de 2011, e obedecerão ao mesmo critério de esculhambação dos exames dos anos anteriores
.

quarta-feira, 18 de maio de 2011


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UM SONHO TRANSFORMADO EM SAUDADE



Eu que penso ser amor
Toda e qualquer ilusão
E à ilusão sem reservas
Meu coração entrego
Sei que por vezes subverto a razão
Posto que é louca a paixão
E o amor é cego!

Naufrago que sou do meu próprio oceano
Há muito perdi a conta
Dos mares que naveguei
E se amar para mim
Foi muitas vezes engano
Em outras por insensatez
Meus naufrágios eu busquei!

Não me despeço do amor
Mas me recolho ao claustro
E transformo em saudade
O sonho que sonhei!

terça-feira, 17 de maio de 2011


A MANSÃO PARADISÍACA DE PALOCCI – E o inferno astral de Dominique Strauss-Khan


         Há quem diga que já estamos no primeiro mundo, considerando que, se somos a sétima economia mundial, à frente de países de primeiro mundo, então a lógica nos diz (ou diz para quem diz) que chegamos lá. Mas é preciso saber quem diz que chegamos lá. Que eu saiba, são apenas algumas cabeças coroadas da Nova Republica Sindicalista de Brasilia, que por conta das suas próprias ascenções, financeira e social, acreditam piamente que a bonança atingiu os demais 190 milhões de brasileiros. Uma dessas cabeças coroadas é o ministro Palocci, um médico que sempre militou na política, sendo mais político que médico. Filho de família de classe média, foi vereador, deputado estadual e prefeito de Ribeirão Preto. Depois ministro de Lulla, derrubado pela quebra do sigilo bancário de um caseiro, entre outras escorregadas. Elegeu-se deputado em 2006 e assumiu a Casa Civil do governo Lulla 3 (Aliás, governo Dilma) em janeiro de 2011.
         Como a maioria da cúpula do PT (Partido do Trambique), Palocci sempre esteve envolvido em falcatruas. Além do envolvimento no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro, também esteve envolvido com o mensalão e caixa dois em Ribeirão Preto. E agora, segundo o jornal Folha de São Paulo, o moço fez questão de mostrar que já é do primeiro mundo, adquirindo uma pequena propriedade nos Jardins em São Paulo, pela bagatela de R$6,6 milhões, pagos em duas suaves prestações. Para administrar a propriedade, ele criou uma Administradora de Imoveis, para cuja sede comprou um espaçozinho por R$882 mil. Tudo isso com o dinheiro do salário de político. Mas que ele alega que foi pagamento por consultorias (aliás, todo dinheiro sujo sempre vem de consultorias, já perceberam?)
Estourado o escândalo, o moço foi chamado às falas pelo Conselho de Ética da Presidência. Acreditem! A presidência da república petista tem um Conselho de Ética! Como era de se esperar, o presidente do Conselho, que (acreditem) é nomeado pelo presidente, não achou nada demais naquele simples episódio de enriquecimento ilícito escancarado. Somente a oposição invejosa, a opinião publica despeitada e a imprensa golpista, para achar que um pequeno aumento em vinte vezes, de um patrimônio em quatro anos, é caso para investigação. A presidentA Dilma também não achou nada demais e deu por encerrado o caso. Isto está acontecendo na nossa republica de primeiro mundo de mentirinha!


         Agora vamos ao primeiro mundo de verdade.


         O Sr, Dominique Strauss-Khan, 62 anos, Diretor- Presidente do FMI, casado com a jornalista franco-americana Anne Sinclair e pai de quatro filhos, foi acusado por uma funcionária do Hotel Sofitel de Nova York, de uma suposta agressão sexual, tendo-a obrigado a praticar sexo oral e tentado retirar as suas peças intimas. Preso dentro de um avião, quando tentava embarcar para a França, Dominique teve o seu pedido de pagamento de fiança no valor de US1 milhão, recusado pela juíza do caso. E terá que aguardar atrás das grades, pelo menos até a próxima sexta-feira, 22/05, quando será realizada a sua audiência.
Ressalte-se que o Sr. Dominique Stauss-Khan é um político influente na França, e principal nome do Partido Socialista francês para concorrer contra o presidente Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais da França em 2012. E até então, com amplas chances de vitória. O episódio deve por fim à sua carreira no FMI e às suas pretenções políticas. Há quem diga (como é de praxe nestes casos, principalmente aqui no Brasil), que tudo pode ter sido um complô criado por seus opositores políticos.
         Comparando-se a forma como os dois casos estão sendo tratados pela justiça dos dois países (EUA e Brasil), a minha conclusão é de que não só não estamos no primeiro mundo, como estamos cada vez mais a léguas de lá. Não será um trem bala ou o enriquecimento (ilícito) de alguns, ou a posição de sétima economia mundial, ou ainda o crescimento da classe média (no Brasil de Lulla/Dilma, quem ganha acima de dois salários mínimos é classe média) que nos fará avançar. É preciso restabelecer os valores que caíram em desuso nos últimos oito anos e restaurar a moralidade. Um país que faz uso da Ética, não precisa de Conselhos de Ética. Principalmente quando é composto por apadrinhados, para julgar apadrinhados. Primeiro mundo é cultura, educação, saúde, justiça, segurança, saneamento e qualidade de vida. Não a locupletação de alguns, em detrimento da maioria.

segunda-feira, 16 de maio de 2011


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RETRATO EM PRETO E BRANCO



Percebo-me ausente de mim
Como se estivesse num exílio
Em algum lugar distante
Mesmo perto
Em algum deserto
Não sei ao certo!

De onde estou não me avisto
Nem sei se de verdade
Eu existo
Ou se sou uma fantasia
Mera fotografia
Um retrato em preto e branco
Do passado
Um pedaço de papel
Desbotado!

Sou na minha ausência
A minha própria caricatura
Um rabisco da criatura
Que fui um dia
Rascunho de um verso
Sem chance de ser poesia!

(Euripedes)

* *** * **

Poesia
Que encanta e inebria
Que meu caminho ilumina
O meu porto, minha sina!

(Milla Pereira)

* * * * * * *
Se nos versos lapidei
As formas que inventei
Meu retrato é um abstrato
Da imagem que não guardei.

(Mario Sergio Andrade)

* * * * * *

Obrigado poetas, pelas enriquecedoras interações.

sábado, 14 de maio de 2011


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MORRER DE AMOR



Morrer de amor
Como eu queria
Quem sabe de um infarto fulminante
Naquele exato instante
Na noite de algum dia!

Morrer de amor
Depois de um estertor
De um espasmo
No clímax e no calor
De um orgasmo!

quarta-feira, 11 de maio de 2011


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JURAS E MENTIRAS



Poetas!
Há os que são fingidores
Que fingem dores
E dores de amores
Há os que juram e os que mentem
Há os que juram
Que não mentem
Mas que comumente
Mentem
Deslavada
E placidamente!

Há os que apenas mentem
Mentem simplesmente
Ingênua e compulsivamente
E mentem tão competentemente
Que chegam a acreditar
Que é verdade o que mentem!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

 
 
 
 
O MEU MODO DE AMAR


Não quero o amor protocolar
Com hora marcada e cartão de ponto
Quero tesão
Quero poesia
Quero paixão
Em vez de burocracia!

Não quero risos ensaiados
Nem beijos medidos
Não quero recato
No ato
Nem desejos contidos!

Quero o amor em plenitude
Sem vergonha
Sem virtude
Quero a paixão desenfreada
A essência do pecado
Ou nada!
Euripedes Barbosa Ribeiro
Publicado no Recanto das Letras em 06/05/2011
Código do texto: T2953493

quarta-feira, 4 de maio de 2011


MENSALEIROS - Imagem google


CAI BIN LADEN - MENSALEIROS EM PÂNICO




Depois de uma busca que demorou dez anos, os comandos americanos finalmente localizaram e encurralaram Osama Bin Laden num SPA, a poucos metros da Academia Militar e de uma dezena de quarteis. Está explicado porque a busca durou tanto.

Depois do sucesso dos comandos americanos na busca, localização e extermínio do homem mais procurado do mundo, cogita-se em trazer a equipe ao Brasil. Para tentar localizar o Chefe e os 39 mensaleiros que foram surpreendidos assaltando o país ha cerca de cinco anos. Por experiência, os homens da SEAL supõem que a quadrilha esteja encastelada bem próxima ou dentro do poder em Brasilia.

Os poderes da República são três: Executivo, Legislativo e Judiciário que, teoricamente, deveriam ser independentes. Mas na nossa democracia tupiniquim, os poderes são concentrados em apenas um: o Executivo. Que nomeia os membros do Judiciário, de preferência os compadres, e barganha com os deputados o controle do Legislativo.

A barganha entre o Executivo e o Legislativo sempre deu-se ao nivel dos parlamentares, no varejo. O mensalão, o maior escândalo jamais visto na história do país, e também jamais visto pela justiça, introduziu uma grande inovação: o atacado! Em vez da compra de parlamentares, comprava-se a legenda. De porteira fechada!

O Mensalão, com seus 39 indiciados capitaneados por S.Exa. Jose Dirceu ( No Brasil, Chefes de Organizações Criminosas Sofisticadas são tratados como Excelências) está, teoricamente sendo apreciado pelo STF. Digo apreciado, porque julgamento é para roubo de galinha. Os grandes crimes são apreciados, e muito, e durante anos, pelos srs. juizes. Para depois, do alto dos seus saberes jurídicos e dos seus pedantismos, proclamarem a inocência dos reus. Em memoráveis sentenças, cujo respaldo é sempre a Constituição da Republica Exclusiva dos Ricos do Brasil.

Aliás, falando-se em Mensalão, acho que este é um caso unico na história dos colarinhos brancos no país. O maior beneficiário do esquema, não foi indiciado. É como se o Ali Baba, que comandava quarenta ladrões, não fosse ladrão!

Tinhamos, até pouco tempo, um presidente muito falastrão. Falava, falava e falava. Inclusive pelos cotovelos. Já o Delubio, tadinho, foi proibido de falar. Se ele falasse, alguem ia falar, falar e falar, atrás das grades!
Euripedes Barbosa Ribeiro
Publicado no Recanto das Letras em 03/05/2011
Código do texto: T2947166

quinta-feira, 28 de abril de 2011





                                        A VOLTA TRIUNFAL DO DELUBIO


É manchete de jornal
Já deu na televisão
Tá de volta ao pedestal
O pivô do mensalão
Ao Partido do Trambique
Onde o ladrão é mais chique
Rouba mas não suja a mão!

O Lula deu carta branca
Para o seu ex-tesoureiro
Voltar de mala e tamanca
Pra banca de trambiqueiro
É o prêmio mais recente
Para o silêncio indecente
Que vale mais que dinheiro!

Depois de João Paulo Cunha
Na Comissão de Justiça
Deixar Delubio de fora
Pra Lula é uma injustiça
Pois o seu ex-tesoureiro
Gosta tanto de dinheiro
Como urubu de carniça!

E o Delubio vai voltar
Mesmo que seja na marra
Quando o bicho ia pegar
Ele segurou a barra
Foi expulso do partido
Ficou só, como bandido
E os outros fizeram a farra!

O seu silêncio profundo
Manteve o presidente
Se bota a boca no mundo
A coisa ia ficar quente
Mas porque ficou calado
Pode até ser deputado
E está todo sorridente!

Pois bem mais do que ser rico
O que importa é o poder
Mas se ele abre o bico
Tudo pode acontecer
Pois até ex-presidente
Pode ir ver de repente
O sol quadrado nascer

Se o Delubio abre o bico
E dá a mão à palmatória
Pode crer, haja penico
Para o outro lado da historia
Pois debaixo do tapete
Vai ter merda pra cacete
Das cagadas dessa escória!

Disso tudo já sabemos
Mas agüentamos calados
Pois a coragem que temos
Não vale nem um trocado
Eles roubando o país
E a gente rindo, feliz
Gostando de ser roubado!

Se você é da panela
Ou no poder tem parente
A sua vida é mais bela
Mesmo sendo indecente
Leva a vida na bonança
Na farra e na gastança
Com o dinheiro d’agente!

Mas se vive com o povão
Sua vidinha de gado
Mal sabe do mensalão
Que ainda não foi julgado
E que o Delubio de quem falo
Não passa de um vassalo
De alguém mais abastado!

Eu pensei ter visto tudo
Cinismo e cara de pau
Mas a audácia do barbudo
É um caso policial
Mais que deboche é uma afronta
De quem se julga e se conta
Acima do bem e do mal!

Até quando assistiremos
Tudo de braços cruzados
Até quando elegeremos
Mensaleiros deputados?
Digamos não aos ladrões
Pois somos nós os patrões
Eles que são empregados!

terça-feira, 26 de abril de 2011

A BUSCA


 


Te vejo errante
Nessa busca incessante
Tão constante
Te vejo nessa aflição
Que contagia
Te vejo nessa agonia
Nas manhãs
Ao fim do dia
Na insônia das noites
Intermináveis
Buscando
Sempre buscando!

E essa busca que não termina
Será que sabes ao menos
Onde principia?

Vou te contar um segredo
Ou algo assim
Que fará essa tua busca
Chegar ao fim
Sabe essa busca
A tua busca?
Termina em mim!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

                           
                 EUROPA, FRANÇA E BAHIA – Diário de viagem


        
Logo após regressar de um pequeno giro pela península ibérica, visitando as nossas raízes latinas em Portugal e Espanha assisti, num noticiário de TV, que só em São Paulo morrem mais de mil e seiscentas pessoas por ano por atropelamentos, sendo que a maioria, cerca de seiscentas, é de pedestres, seguindo-se os motociclistas. E lembrei-me que em Madrid, ou em Lisboa, os pedestres atravessam rigorosamente na faixa reservada a eles que, diferentemente do que acontece nas nossas ruas, existem. E só atravessam quando o sinal o permite. E os motoristas não ficam acelerando, ou buzinando, apressando os pedestres. Esperam civilizadamente até que o ultimo pedestre complete a sua travessia. Talvez se seguíssemos esta regrinha simples, não ocupássemos a posição de destaque que ocupamos, no ranking das mortes no trânsito. Isto só para exemplificar o quanto nos falta em termos de cultura e civilidade, para nos aproximarmos dos países considerados de primeiro mundo. E nem pense em sair pela rua com uma latinha de cerveja na mão. Meu filho fez isso e levou um puxão de orelha de um policial.
          Outra coisa que me chamou muito a atenção, foi a limpeza. Talvez porque eu more na Bahia, onde na maioria dos logradouros públicos, esse quesito não seja levado muito em conta. Dificilmente se vê um papel ou ponta de cigarro na rua. Há lixeiras espalhadas por todos os cantos e, como não costuma acontecer por aqui, são usadas. Pichações? Confesso que vi uma, discreta, na Gran Via em Madrid. Aquelas praças e monumentos belíssimos, são cuidados e respeitados por todos os cidadãos. Que pena que não tenhamos essa mesma noção de cidadania, e a concepção de que tudo o que é público, é patrimônio de todos! E que a conta da manutenção, ou recuperação, é paga por todos.
          Mas será que educação e civilidade são virtudes ou atributos apenas dos cidadãos do primeiro mundo? Não acredito nisso. E não acho que as pessoas precisem conhecer outras culturas para se comportarem como cidadãos. Mas acho que os nossos administradores, que volta e meia estão sassaricando pelos quatro cantos do mundo, deviam importar de lá as boas idéias. Como é o caso do pedágio. Ao percorrer a auto estrada A1 Norte, de Lisboa em direção a Fatima, retiramos um bilhete emitido eletronicamente no início do percurso, e só fomos resgatá-lo ao final da viagem, pagando o preço proporcional aos cerca de 110 quilômetros rodados. Enquanto aqui, eu pago por 6 quilômetros rodados na Linha Verde, o mesmo que paga um veículo que roda 200 quilômetros até a divisa da Bahia com Sergipe. Será que as nossas autoridades não conhecem o sistema de lá, ou apenas usam de esperteza, no trato com os ontribuintes?
         Como podem perceber, não é a convivência com a cultura diferente que molda as pessoas, e muito menos os nossos viajantes administradores. Caso assim fosse, não teríamos em Salvador, o casario e os monumentos históricos, patrimônios da humanidade, reduzidos a ruínas ou escombros. Como no entorno do Elevador Lacerda, só para citar uma situação gritante, onde a degradação, decorrente do descaso, ameaça inclusive a vida dos passantes. Quanta diferença do que vi em Madrid e Lisboa!
         Mas, fazer o quê? Este é o meu país, este é o meu povo e estes são os governantes que elegemos. A maioria oriunda deste próprio povo. Façamos a nossa parte e façamos melhor as nossas escolhas. Talvez um dia, sabe-se Deus quando, possamos atingir um nível mínimo e aceitável de civilidade. Sem isso, não adiantará muito sermos uma grande e forte economia. Seremos sempre vistos como uma república de bananas!
                                                   
                                                   DE MARES E NAUFRÁGIOS
                                                  

                                                   Tantos os mares navegados
                                                   Tantos que já não há mares
                                                   Para naufragar
                                                   Então invento um mar
                                                   Invento um farol na noite
                                                   Invento um cais
                                                   Mas me descubro à deriva
                                                   Sem rumo, atordoado
                                                   Em um barco soçobrado
                                                 Vivendo um naufrágio a mais!

terça-feira, 12 de abril de 2011

DESARMAMENTO - INCOERÊNCIA E OPORTUNISMO

    
         DESARMAMENTO–INCOERÊNCIA  OPORTUNISMO

        

         A hora é dos discursos demagógicos, incoerentes e oportunistas, como sempre acontece após as grandes tragédias ou catástrofes. É a hora também dos especialistas, do alto das suas cátedras, se debruçarem sobre as prováveis causas e apontarem mil e uma soluções, entre ações preventivas, corretivas e especulativas. Com a tragédia de Realengo, pela sua dimensão e comoção provocada, não poderia ser diferente. E no rastro dessa comoção nacional, tenta-se de maneira muito oportunista, ressuscitar o plebiscito sobre a proibição de venda de armas no Brasil. Aquele mesmo, em que a grande maioria da população, cerca de 60%, votou contra. Por entender que quem anda cercado de seguranças em seus carros blindados, não pode querer criar leis, para impedir que o cidadão comum se defenda. Antes de desarmar as pessoas de bem, é preciso atitudes concretas no sentido de retirar de circulação o armamento ilegal, cada vez mais sofisticado, que compõe o arsenal da bandidagem.
         Ao discurso oportunista, segue-se a incoerência dos demagogos de plantão. Justamente estes que pregam o desarmamento dos cidadãos, como forma de combater a violência, é que compõem a vanguarda da defesa da liberação das drogas. Como se ignorassem que essa liberação teria um efeito ainda maior, no aumento da violência e da criminalidade. Todos nós sabemos, e os Srs. Legisladores muito mais, que uma das principais causas do aumento da violência é a impunidade, decorrente da frouxidão das leis ou da lentidão e tibieza na sua aplicação. Essa mesma impunidade que também decorre da interpretação muito particular da Constituição, por parte destes mesmos legisladores, que entendem que todos (os outros) são iguais perante a lei. E que entre eles, existe diferenças nas igualdades! Ora, se é para combater as causas, é preciso que o exemplo venha de cima. E se é para desarmar o cidadão, que no mesmo plebiscito seja incluida a questão da imunidade parlamentar. E até a redução do numero de parlamentares no Congresso, propocionalmente um dos maiores do mundo.
         E então, vamos ao plebiscito?

quarta-feira, 6 de abril de 2011


ANTES QUE O AMOR ACABE

Dá-me Ícaro as tuas asas
Para que eu alado ganhe os ares
E o ceu não me seja distante
Quero neste instante
A leveza das aves
Para buscar as chaves
Do paraiso
Quero buscar
Em algum lugar
O tanto de amor que eu preciso!

Não quero me indispor com os deuses
Longe de mim a fúria dos titãs
Mas quero no hoje
Meus amanhãs
Quero hoje o que me cabe
A minha cota de amor
Antes que o amor acabe!

É como dizem os sábios
E os oráculos
É como está escrito
Em todos os vernáculos
Está em todos os pergaminhos
Os meus e os teus
São os mesmos caminhos!

domingo, 3 de abril de 2011

HORA DE AMAR

                          HORA DE AMAR


Entre a aurora e o crepúsculo
Nestas horas tão pequenas neste dia
Nestes versos de amor
Nesta poesia
Este muito de mim que se revela
E este tanto de ti
Que tanto espero!

Este canto divino à capela
Nesta voz sussurrada ao meu ouvido
Esse tempo que não pode ser perdido
Essa vida que começa sem demora
Este amor que acontece aqui e agora
Porque hora de amar
É qualquer hora!

sábado, 2 de abril de 2011

ALCOOL A PREÇO DE OURO


                            ALCOOL A PREÇO DE OURO


A lógica dos usineiros: ou como ferrar sempre o contribuinte. Quando o açucar sobe lá fora, sobe também aqui dentro. A gente paga a conta. Quando o açucar sobe lá fora, os usineiros deixam de fabricar alcool para fabricar açucar, que dá mais lucro. Isso provoca falta de alcool e o seu preço sobe. A gente paga a conta. Se o preço do alcool sobe, e ele compõe 25% da gasolina, a gasolina sobe. A gente paga a conta. Se a gente paga uma conta maior, o governo arrecada mais de imposto. Se o usineiro ganha mais, o governo arrecada mais de imposto. Em resumo: O usineiro ganha, o governo ganha e a gente paga a conta. E ainda diz que "tudo vai bem, tudo legal. Cerveja, samba e amanhã Seu Zé, se acabaram com seu carnaval?" BRASIL, PAÍS DE TOLOS E PASSIVOS

quinta-feira, 31 de março de 2011

BIAL, LEMINSKI E O BBB

                                                      
                                                       BIAL, LEMINSKI E O BBB
        


         Em suas elocubrações poéticas, exercitadas sempre que um "heroi" ou "heroina" BBB vai ser detonado (a) , o apresentador Pedro Bial – um excelente poeta por sinal – gosta de citar Paulo Leminski, o curitibano grande inovador da poesia, falecido prematuramente aos 45 anos de idade. Mas eu acho que o Bial omite, de propósito e em benefício próprio, esta pérola do Leminski: “A vida não imita a arte. Imita um programa ruim de televisão”. Grande Leminski! Esse sabia das coisas!

quarta-feira, 30 de março de 2011

ELA SÓ QUER, SÓ PENSA EM ... FICAR!



ELA SÓ QUER, SÓ PENSA EM ... FICAR!


Eu quero falar um pouco
Dessa tal modernidade
Que já faz parte da vida
De toda a sociedade
Pois até no interior
Também acham que o amor
É mera formalidade.

Houve um tempo em que o jovem
Fosse homem ou mulher
Queria ser a metade
De um par perfeito qualquer
Hoje a coisa anda mudada
Do passado quase nada
É outra a realidade.

Mandacaru “fulorava”
Lá na seca do sertão
Era tempo das mocinhas
Abrirem o coração
Hoje basta só “ficar”
Já não pensam em namorar
É outra a situação.

Agora é beijar na boca
Transar, fazer coleção
Sair com um e acordar
Com outro em outro colchão
É grande a promiscuidade
Falta responsabilidade
No prazer e diversão.

Dá pena ver as meninas
Com tanta precocidade
Se transformarem em mamães
Ainda na flor da idade
E isso ainda não é tudo
Porque também tem o estudo
Que é o grande prejudicado.

E o que dizer do rapaz
Que posa de garanhão
Que dispõe de uma ficante
Para cada ocasião
Mas quando a coisa complica
Desaparece, não fica
Deixa a menina na mão.

O que dá prá deduzir
De toda a situação
É que essa mocidade
Anda perdendo a razão
E sem razão e juízo
Quem fica com o prejuízo
É o próprio coração.

E que culpa tenho eu
Que sou pai como você
Vendo a coisa acontecendo
E deixando acontecer?
Pode ser que uma conversa
Que é o que mais interessa
Pode o assunto resolver.

Há que haver na família
Muito amor e união
Precisa haver amizade
Diálogo e religião
Pois tendo em que acreditar
O quadro pode mudar
Sem castigo ou repressão.


Há que haver também no jovem
A mínima percepção
De que tem que haver amor
Na vida e na relação
Que toda paternidade
Traz responsabilidade
E exige dedicação.

terça-feira, 29 de março de 2011

SALVADOR - 462 ANOS

        

                               SALVADOR - 462 ANOS

A cidade de Salvador está fazendo aniversário. São 462 anos, desde que Thomé de Souza decidiu desembarcar no Porto da Barra, para conferir "in loco",  " o que a baiana tem". É motivo de festa, certamente, apagar mais esta velinha em comemoração à musical e hospitaleira cidade de Salvador. Mas o evento não pode esconder as suas muitas mazelas, como o abandono a que vem sido submetida nos ultimos anos. Honestamente, dá pena e vergonha contemplar o elevador Lacerda, lá do Mercado Modelo, e ver aquela imponente estrutura arquitetônica em meio àquela paisagem decrépita de ruinas históricas, que reclamam uma restauração. O próprio Mercado é um vexame, Talvez um dos pontos mais visitados pelos turistas e todos os soteropolitanos que amam a cidade, está também entregue ao descaso. Com aquele mau cheiro de urina em volta,e aquelas pedras portuguesas soltas. Sem falar nos buracos. Dia de aniversário é dia de ufanismo. Mas também de reclamar. Salvador não merece este descaso. E a nossa cultura do "deixa pra lá que tudo é festa", tem a sua parcela de culpa nisto. Afinal, teimamos em manter no poder, aqueles que maltratam esta querida Soterópolis. Parabéns para São Salvador. de Caimmy e João Gilberto. E do Itaparicano João Ubaldo que, espertamente, preferiu ter a visão magnífica e privilegiada, do lado de lá!

* * *

No video, o estado de espírito da terrinha, nesta musica que eu considero o hino da cidade de Salvador: Clique no link abaixo e transporte-se para a Bahia.

http://www.youtube.com/watch?v=gMPa7tuI4zQ

ECOS DE PRATES E INVICTUS



                         ECOS DE PRATES E INVICTUS

 

                               Sou cidadão do mundo
                              “Capitão da minha alma”
                               Não quero quietude
                               Nem calma
                              Aposto nos desafios!

                             A vida diferente
                             Insípída e transparente
                            Não tem graça
                            Quero emoção
                            Quero tensão e tesão!

                           Quero a rebeldia
                           Muito mais que o amor
                           E que a poesia
                           Quero revolução
                           Prefiro o nucleo do tsunami
                           E a fonte do furacão!


                                       * * * * *


Inspirado no poema Invictus de William Ernest Henley e no texto: " FRASE 193 " (T2877500)
De:
Elder Prates

sábado, 26 de março de 2011

CANALHA, SUBSTANTIVO FEMININO



           CANALHA, SUBSTANTIVO FEMININO
       

         A palavra canalha é um substantivo geralmente associado ao homem. Não poderia ser diferente já que, embora tenham ocorrido mudanças significativas, ainda vivemos numa sociedade machista. E é desse machismo que derivam algumas situações, nas quais se enquadram os canalhas. Mas seria a canalhice, uma prerrogativa dos homens? A jornalista Martha Mendonça diz que não. E questiona essa prerrogativa no seu livro “Canalha, substantivo feminino”, onde afirma que as mulheres “ também podem ser cruéis e cafajestes em uma relação a dois”. “As canalhas se fazem de vítimas, fazem com que os outros sejam prisioneiros.
          No livro, Martha traz histórias narradas na primeira pessoa. E nelas, “é a mulher quem trapaceia, mente, trai e, sem dó nem piedade de seus companheiros de trama, usa e abusa dos sentimentos alheios” . Ali estão os - não tão raros - exemplares da natureza amoral que a jornalista conjuga em gênero feminino. A jornalista lista, entre as tantas, a que ela considera a pior: aquela que é a frágil e manipuladora. “Elas atuam na vitimização, na chantagem emocional e vão pondo o homem contra os filhos, contra a família, Até conseguirem o que querem.
         A jornalista afirma que não quer dizer, com o livro, que a mulher é canalha, mas sim que ela pode ser também. Como pode ser tudo. “A gente tem capacidade para tudo. Até para ser canalha, por que não?” Ao responder sobre se as mulheres podem ser mais canalhas que os homens, a jornalista respondeu: “depende dos canalhas, de ambos os lados. As canalhas se acham as piores, pelo menos é o que acham os homens. Costumo dizer que os homens são mais canalhas na quantidade. Já as mulheres são mais canalhas na qualidade".
         Segundo Martha, o livro foi escrito a partir da idéia de “Meu querido Canalha”, uma coletânea de contos onde os homens eram sempre sedutores e as mulheres tremendamente idiotas. Aborrecida, ela se propôs a mostrar que não é bem assim. E no avesso da história, ela homenageia os autores homens do livro da referência, dando os seus nomes aos seus personagens: Ruy (Castro), Geraldo (Carneiro) e Marcelo (Madureira), entre outros.

* * * * * *


Editora Record
Gênero_Crônicas/Contos
_ 144 páginas
Preço: R$ 29,90


quarta-feira, 23 de março de 2011

EU ME AMO!



EU ME AMO!


Do amor desfaço-me agora dos tentáculos
O que vivi, já me é mais do que o bastante
Pesei, medi, refiz todos os meus cálculos
Só quero amar a mim mesmo, doravante!

Viver de amor, quanta ilusão, quanta tolice
O amor existe, eu bem sei, mas na poesia
Enquanto dure, é infinito, alguém já disse
Mas não disseram que também é fantasia!

Meu coração já viveu um amor eterno
Foi tão eterno, que há muito se acabou
Nem lembranças rabiscadas num caderno
Daquele amor, que era eterno, não ficou!

Não quero ser mais o príncipe encantado
Quero ser sapo, que é muito mais feliz
Não quero o beijo, friamente calculado
Nem mesmo quero, do amor, ser aprendiz!

segunda-feira, 21 de março de 2011

SOLIDÃO A DOIS

                              
                                 SOLIDÃO A DOIS


Permita-me que eu te ofereça
A minha imperfeição
A minha insegurança e
Quem sabe
O meu coração!

Não te prometo amor
Mas dividirei contigo
A minha paixão
A minha solidão
Será de nós dois
Antes e depois!

Não me peça nada
Quando acordar
Na madrugada
Espere o sol nascer
Antes de partir
E me esquecer!

MINHA UTOPIA


MINHA UTOPIA

Eu quero ouvir do pássaro o canto livre
E cantar no próprio canto, a liberdade.
Quero ver sonhos de paz, realizados
E, antigos inimigos, aliados!

Quero a justiça por igual repartida
Sem trocadilhos de pesos e medidas.
E tudo o que for pelo homem conquistado
Ungido com o sal do suor derramado!

Quero ter ainda a certeza da vida
Das muitas gerações que estão por nascer.
Saber despoluídos os rios e mares
E ver felicidade em todos os lares!

Quero a liberdade plena da palavra
Mas que ela seja franca e clara como o dia.
Quero ver banidas a ilusão e a hipocrisia
O cinismo, o deboche e a demagogia.

Não quero ver nos palanques, gabinetes e plenários
Reluzindo o ouro da corrupção
E travestidos de anjos, ladrões tantos
Rogando sem pudor o nome de santos!

Quero que tudo aquilo que sabemos ser de todos
Não sirva de repasto à ganância de alguns.
E que o pão retirado da boca de milhões
Não seja servido impune à mesa de ladrões!

Eu quero o triunfo da ética e da decência
Quero as portas fechadas para a impunidade.
Ter a alternativa como cidadão e como homem
De não sentir vergonha da honestidade!

sexta-feira, 18 de março de 2011

UM TOQUE DE MAGIA


                                                         Imagem Google



UM TOQUE DE MAGIA

Não podia imaginar naquele dia
O que viria
Quando os nossos olhos se olharam
E entraram em sintonia.

Estava escrito
Eu sabia
Tinha algo de magia
Coisa de pele
Eu diria
Fusão de duas metades
Simbiose e alquimia!

O MENSALÃO CHEGA ÀS FORÇAS ARMADAS



Imagem google


O MENSALÃO CHEGA ÀS FORÇAS  ARMADAS   
  

         Sou militar há quarenta e um anos, trinta dos quais na ativa na Marinha do Brasil. Enverguei durante todo esse tempo, e com muito orgulho, o uniforme da gloriosa Armada. Sempre fui um militar disciplinado, correto e cumpridor dos meus deveres. Estive embarcado durante treze anos e não pude acompanhar, como gostaria, o crescimento e desenvolvimentos dos meus quatro filhos. Uma pesada tarefa que foi desempenhada com muito esforço e dedicação, quase que exclusivamente pela minha mulher. Fiz todos os cursos de carreira e recebi todas as promoções a ela inerentes, sempre por concurso e por merecimento. O meu conceito médio, ao final da carreira, numa escala de zero a cinco, foi cinco. E jamais sofri qualquer tipo de punição por qualquer tipo de infração aos Regulamentos e Códigos Militares. Fui várias vezes elogiado por meu desempenho profissional, e formei, como instrutor, centenas de outros profissionais, nos doze anos em que atuei no ensino. Paralelamente à carreira militar, consegui estudar e me formar em uma universidade, não sem muito esforço e perseverança, aos quarenta e dois anos de idade. O que fiz, na minha vida militar ou civil, nada tem de excepcional. É isso o que faz a quase unanimidade dos militares. Fazemos o que aprendemos a fazer e ensinamos o que aprendemos. E esse processo ensino-aprendizagem baseia-se principalmente no exemplo: eu faço, você faz, nós fazemos. Até que você faça igual ou melhor do que eu.
         Porque estou dizendo isso? Porque venho aqui fazer este breve retrospecto da minha vida como militar? Porque neste momento eu estou sentindo vergonha do que sou. Não tenho vergonha do que fui. Tenho vergonha do que sou, porque sou um militar que a partir do ultimo dia 10/03, tem como um dos seus comandantes, um cidadão que está indiciado no STF como criminoso, participante da quadrilha do capo Jose Dirceu, nominado pelo então Procurador Geral da República como “Chefe de uma Organização Criminosa”! Estou falando do Sr. José Genoino, que acaba de ser nomeado Assessor Especial (?) do Ministério da Defesa, e que em épocas não muito distantes pegou em armas contra as próprias Forças Armadas, em nome do seu ideal socialista. Isso é o de menos. E a Lei da Anistia, que estes mesmos elementos insistem em rever, já curou esta ferida. Estou falando é do homem José Genoino, que prevaricou como parlamentar e que foi rejeitado nas urnas pelo povo. Estou falando é de um homem ficha suja, que estará em posto de comando de homens a quem é exigida uma vida e comportamento exemplares e ficha limpa. É preciso que se saiba, que uma simples contravenção disciplinar pode tirar uma promoção de um militar, prejudicando-o na carreira. Como se sentirá esse homem, sabendo que tem que prestar reverências a um cidadão indiciado como criminoso?
          Sinceramente, não acredito que não haja um outro nome que pudesse assumir essa função no Ministério da Defesa. Estaremos neste país, tão carentes de homens idôneos? Terá sido por isso que o Sr. João Paulo Cunha, outro indiciado no mesmo processo, tenha sido eleito para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara? Não! Acho que é mesmo uma forma de afrontar a opinião pública e os militares. Isso certamente é ideia gerada na cabeça de alguns setores revanchistas, que permeiam este governo.
           Me espanta o silêncio da cúpula militar. É certo que vivemos uma democracia, e que os militares devem ocupar-se exclusivamente das suas funções constitucionais. Mas a uma afronta, tão clara e gratuita quanto esta, esperava-se algum tipo de manifestação. Não estou falando de uma renuncia coletiva dos srs. comandantes, é querer demais. Mas de uma manifestação, qualquer que fosse, mas que demonstrasse descontentamento. Esse silêncio é motivo ainda maior da minha vergonha.

quinta-feira, 17 de março de 2011

MULHERES

IMAGEM GOOGLE


MULHERES

Há mulheres que se revestem de alegria
Que esbanjam glamour e empatia
E as usam como maquiagem ou disfarce
No dia a dia
Há mulheres que são santas
Outras que, em si, são tantas
Que confundem a si próprias
Tornam-se vulgares e impróprias
Adornos de cama!

Há mulheres que brilham
E cujo brilho encanta e se irradia
Outras ostentam um brilho
Que não é permanente
Um brilho fugaz e aparente
De bijuteria!

Há mulheres que são vinhos raros
Outras nem tanto
Mas que embriagam e seduzem
Tanto quanto
Mulheres que hipnotizam
Com um falso encanto
São mulheres vorazes e atrevidas
Não raro carentes e oferecidas!

PÁGINAS VIRADAS

IMAGEM GOOGLE


PÁGINAS VIRADAS

Perco-me a ouvir histórias
Gritadas lá de dentro
Da minha memória
Algumas tão recentes
Outras nem tanto
Algumas tão freqüentes
Outras inconstantes
Algumas ainda tão perto
Outras tão distantes
Todas páginas perdidas
Esquecidas
Em algum canto!

E essa voz que me fala
Que cala a minha voz
Quando fala
Quando remexe lembranças
Que eu julgava esquecidas
Me traz de volta as páginas viradas
Da minha vida
Fragmentos deste livro reaberto
Com começo
Meio
E um final incerto!